Dia.
Passou a noite transitando entre a vigília e o cochilo.
O zumbido.
O zumbido continua, sempre o mesmo som, sempre à mesma distancia.
Sai do carro.
12:00.
Bússola sempre morta.
Olha à sua frente.
Vazio.
Olha por onde veio.
Nada.
Sanidade rasgando. Precisa de alguem. Precisa de uma voz.
Mas ele tem o zumbido.
Segue em frente. Uma sombra acena da janela de um prédio. Some.
Não entende por que elas fazem isso. Nunca entendeu.
Seu corpo dói.
Está perdido.
Não.
É perdido.
Mas segue andando.
Asfalto quebrado rasgando pouco a pouco a sola dos seus pés.
Dor.
Sangue.
Mas continua.
Precisa achar um rosto.
Precisa de um olhar.
Fome.
Já se acostumou.
Já se conformou.
O zumbido.
Pelo ar. Pelo sol. Pelo céu. Pelo asfalto. Pelos prédios.
O zumbido.
Como queria que fossem vozes.
Um comentário:
Consigo pensar em poucas coisas além de AGONIA para caracterizar esse capítulo.
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