domingo, 28 de fevereiro de 2010

[Conto] Pagão (O Relógio)

12:00.
O começo e o fim.
Dois opostos em um.
O Homem não se dá conta que sua vida está completa. Sempre quer mais. Sempre mais.
Inevitavelmente Ele se depara com o desejo de controle daqueles que conseguiram abstrair os valores da realidade. Inevitavelmente Ele corre por um dos três caminhos básicos. Inevitavelmente Ele morre na teia da aranha.
Mas as vezes o Homem pode entender a natureza falsa da realidade que o cerca, abrindo caminho para a quarta opção.
Ver o mundo como realmente é dói.
Como encarar o fato de que a humanidade corre para o poço, enquanto que a luz está do lado oposto?
Não se encara.
Se enlouquece.
Não adianta mostrar a direção para um cego, ele não a acertará de jeito algum.
Somos sombras nesse mundo vazio.
Vemos a luz. Podemos chegar à luz. Absorvemos tudo o que ela tem para nos mostrar.
Mas eles não, eles preferem a noite mascarada pelo sol cinza. Eles preferem a verdade de vidro.
00:00.
O fim e o começo.
Dois opostos em um.

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