quarta-feira, 30 de junho de 2010

Robôs de Carne e Osso

“Se vai chover, tá lindo, eu quero me molhar / Se o sol brilhar sorrindo eu vou comemorar [...]”

Bonita a poesia dessa música da banda Jamil, né?
“Não importa o que aconteça, tudo estará bem. Não importa o que mude, eu vou ser feliz e comemorar!”.
Que maravilha lírica, não? Ser feliz é tão bom, é por isso que eu gosto das músicas de axé... Elas passam a alegria de viver o hoje, sem me importar com o que vem depois, afinal o amanhã a Deus pertence!

NÃO!

A letra dessa música não mostra nada mais que o consciente pobre do baiano médio.
Sinceramente, aqui em Salvador tá impossível de suportar o nível de idiotia da juventude. Eles vivem imersos em pagodes e axés, estilos musicais meramente festivos, sem conteúdo algum. É triste.
Não se importam com nada além de suas vidas de cristal. Seu mundo é perfeito, idealizado. São espécies endêmicas dentro de seu próprio habitat.
Nada de mal pode lhes acontecer. Aliás, qual o conceito de mal em suas vidas? Algo que ofusque seu brilho pessoal, creio eu.
É absurda a maneira como o mundo se comporta. Cada dia vemos mais e mais desses seres vazios, protótipos de humanos, robôs de carne e osso programados para reproduzir a filosofia profunda contida nas músicas que tanto gostam e das quais retiram seu modo de vida.

“Não importa o que aconteça depois se todos formos felizes agora”.
Claro, viva inconsequentemente o presente e morra mais cedo.

“Nada está terminado até que esteja bem”.
Você vive uma vida vazia e vive usando dessa frase pra se consolar, pois sabe que a verdade é bem diferente disso.

E como já dizia o poeta (um poeta de verdade, por favor):
“Ah... triste Bahia.”