sexta-feira, 10 de junho de 2011

A Menina das Listas

- Arrumar o quarto;
- Pintar as unhas;
- Ajeitar os livros;
- Ler o livro rosa; não, não, o azul; não, não, não, o vermelho! Isso, o vermelho!
- Assistir....

"Ahh, esquece!"

Mais uma vez ela começava uma lista. Mais uma vez não terminava.
Listas, listas, listas. Precisava delas pra se situar, mas oh, como eram simplistas, reducionistas, diretas!
Mas precisava se organizar!

Voltando ao trabalho:
- Arrumar o quarto;
- Pintar as unhas;
- Ajeitar os livros;
- Ler o livro rosa, DEPOIS o azul e SÓ ENTÃO o vermelho;
- Assistir o filme B, o filme D, o filme C, o filme...

"Não, não não!"

Sentou-se inconformada no sofá. Não conseguia terminar as listas. Precisava se organizar para só então organizar algo mais.
E ficou refletindo por um longo tempo em como se organizar, em como se harmonizar.
Até que, num estalo espontâneo, quando já estava quase desistindo de qualquer tipo de organização, descobriu o que e como fazer.

Armou-se com uma caneta e um papel, sentou-se a mesa e escreveu sua mais precisa lista. Finalmente!
Tinha certeza que agora tudo entraria nos eixos e ficaria tudo mais facil, para ela e para os outros.

Essa sua lista, a única que tinha certeza que cumpriria por completo, continha apenas um item, mas que resumia tudo o que tinha que fazer.

Escrita no papel estava apenas uma frase:
- Deixar o caos tomar o seu próprio rumo de organização e segui-lo. Fazer o que der vontade de fazer, na ordem que julgar ser melhor, da forma que julgar mais conveniente. Não seguir roteiros.

Satisfeita, levantou da cadeira e foi seguir a sua lei.

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