sábado, 9 de outubro de 2010

Soneto do Eremita

Sob meus pés se destaca a areia morta
Sobre meu corpo se erguem martelos impuros
Perante meus olhos se posta a praga mansa
Dentes finos, cerrados, dedos longos, descarnados

E dessa praga nascem povos, e de povos legiões
É uma batalha perdida, é o peso de multidões
Que sentam em três peitos vivos e lhes tiram o ar
Semi-mortos, olhamos para tudo aquilo que já foi azul

Não me rendo, não me renderei!
Prefiro morrer nos olhos da Besta
Mas por favor, não me deixe ficar cinza!

Não me entrego, não me perderei!
Não sou prostituta dos céus de brita
Me mate, mas por favor, não me deixe ficar cinza!

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