quarta-feira, 24 de outubro de 2012

E os heróis se fizeram carrascos... Só que não.


Ah, nossa costume de fazer heróis...

Há mais ou menos um mês e meio começou o julgamento do mensalão e, logo, o ministro Barbosa ganhou destaque tanto por seu histórico de vida quanto pelo seu julgamento aparentemente inflexível e correto, satisfazendo grande parcela da população brasileira. Ele logo seria chamado de Batman e “herói da toga preta”. Depois de poucas semanas seus colegas também começariam a ser chamados de heróis por alguns, virando assim “os vingadores patriotas”. Eu nunca concordei com essa postura, nunca.

Quando se faz de alguém um herói presume-se que todas as suas atitudes são norteadas por motivos nobres, por intenção de fazer o bem supremo acima de tudo. Presume-se uma certa ausência de “defeitos” (se é que podemos usar esse termo) e a impossibilidade de não agirem com o bem em seus corações. Em resumo: nós, lindos seres humanos, não podemos ser heróis.

Agora, desde o início dessa semana, os heróis se tornaram renegados e o julgamento do mensalão, antes visto como o nobre campo de batalha dos nossos heróis, agora é o cadafalso dos temerários e hipócritas assassinos de índios.

Não há mais vingadores. Não há mais Batman. Não há mais patriotismo.

Ahh, nossa moral de folhetim...

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