quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Audácia Imprecavida: Novos Homens

Não sei se devo, se posso ou se é muita pretenção de minha parte, mas sei que sem sombra de dúvida é minha vontade. De qualquer forma, não consigo mais guardar isso na minha cabeça apenas, tenho que externar para os tão raros leitores deste barco à deriva.

Nietzsche, em uma de suas várias obras, classificou o homem moderno em três categorias distintas: o Homem Camelo, que vive de acordo com o que os outros querem, a manifestação mais clara do que chamo de cinza, o Homem Leão, enraivecido com a condição e número de Homens Camelo, bem como com a sociedade que os cria, e o Homem Criança, sábio, tolerante, ponderado.

Pois bem, refletindo cheguei à conclusão de que, com o tempo e com o impacto da cultura surgiram aqui novos tipos de homem (derivados do Homem Camelo em sua grande maioria), os quais são:

Homem Macaco: vive sem ter conhecimento de sua própria existência como indivíduo, vive desesperadamente atrás de entretenimento (geralmente de natureza baixa e pejorativa). Detesta os momentos de solidão e principalmente os de silêncio, pois estes são, para ele, como janelas para uma planície infértil (seu Eu interior). Mostra completo desinteresse sobre assuntos de natureza reflexiva e política, alegando tédio, o que explicita também a mente atrofiada.

Homem Babuíno: estado de inanição mental do Homem Macaco somado à força bruta descontrolada. Um ser humano com mentalidade de neanderthal, que busca sempre o controle dos mais fracos através do grito mais alto e do braço mais forte.

Homem Boi: ruminante de idéias. Vê o seu estado mental deplorável, reflete sbre ele e faz promessas de mudança, sem nunca tirar nada do papel. Em seu íntimo se sente um verme incapaz de mudar e justamente por isso nunca mostra nenhuma atitude. Apesar disso é o que mais fala, mais reclama e mais diz que vai fazer e aconteder. Ledo engano.

Homem Almofada: nada o incomoda, o atinge ou o perturba. Qualquer coisa está boa para ele. Não se importa se for batido, pisado, humilhado, escarrado, cuspido, etc. Geralmente é muito carente e necessita de alguem que ao menos o trate mal. Inerte.


Pediria desculpas pela memória do grande mestre Nietzsche, mas isso colocaria-me no papel de servo subalterno dele e não no de aprendiz.

Um comentário:

D@nil.B disse...

Adorei descobrir seu blog, pois você escreve super bem! Além de filosofia também há um toque de humor (ou talvez apenas crítica) em seus textos! Foi legal ter presenciado a construção deste último artigo, pena que não pude comprimentar-lhe...
Quando tiver mais tempo comentarei em mais artigos seus.