
Em sua superfície tudo parecia perfeitamente normal, tudo nos conformes.
Não era feio, usava roupas normais, vida social relativamente boa, tinha uma quantidade considerável de amigos.
Seus pais o amavam, seus amigos o amavam, sua vida o amava.
Mas ele não.
Por baixo da pele seus ossos pareciam ferir-lhe a carne, cavando, cortando, lacerando, procurando um meio de encontrar a luz, de sair da escuridão de seu interior.
Seus olhos, globos de vidro que sempre se refletiam felizes, traziam, em seu núcleo, a confusão e a incerteza que parasitavam sua alma.
Sua garganta, afinado reprodutor de desejos, era uma erupção de silenciosos gritos dolorosos de angústia e aflição mentais.
Eis ele, que tudo comanda.
Eis ele, que tudo vê.
Eis ele, O Novo Homem!
3 comentários:
Olha, pra esse eu paguei pau. Muito bom! Tanto o texto quanto o desenho. Aliás, encontrei a descrição de diversas criaturas que conheço nesse texto, rs.
Beijo, seu mórbido chato!
Você é tapado mas é inteligente pra caralho, viu, menino amarelo?
Síntese do que o ser humano se tornou hoje.... muito bom mesmo!
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