Seus olhos fitavam o
teto daquela caverna. Seria a última imagem que seus olhos captariam. Seu corpo
velho e cansado entregara os pontos. Estava feliz.
Com ele morreriam as
memórias, os conceitos, os gostos... com ele morreria o velho mundo, seus
fundamentos e suas morais.
Se perguntava o que
seria das crianças que tinham sobrevivido junto a ele, mas nada disso lhe
importava mais. Já eram adolescentes, aprenderiam a se virar naquele mundo que,
para ele, era hostil e desconhecido. Seriam forçados a tal. Enfim ele poderia morrer em
paz.
Seus olhos fitavam o
teto, mas nada mais enxergavam.
E naquela caverna
escura, úmida e fétida jaziam mortos o Tempo, os Pilares, o bosque e tudo
aquilo que fazia do mundo Mundo.
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