segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Soneto do Eterno Movimento

Mesmo que veja
Ainda há muito para ver
Mesmo que sinta
Ainda há muito para sentir

Mesmo que faça
Ainda há muito a se fazer
Mesmo que viva
Ainda há muito para viver

Quem para morre
E a dor engole
Se assim se fez

Quem segue vive
Como cego que visse
Mais uma vez

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

De Ciclos e Dores

Dói.

Está doendo.

Não é a dor de um hematoma, de uma contusão ou de um braço quebrado. É a dor sentida no fundo do vazio do peito, uma dor sentida nas memórias, nos sorrisos, beijos e brigas.

É a dor de saber que se fez o bem, embora pareça ser o mal. É a dor de desacostumar com o que se estava acostumado. É a dor de estar vivo e permanecer mudando. A cada nova transformação, uma nova dor e várias novas alegrias.

O fechamento do ciclo é necessário. Digo isso a mim mesmo. É difícil, mas nunca ouvi ninguém dizer que a vida é fácil.

Para ganhar muitas vezes precisamos perder. Perdendo sempre ganhamos experiência, sempre ganhamos novas dores, novos sentimentos.

Dor e alegria são os temperos que dão gosto ao nosso dia-a-dia.

Dor de um recomeço.

Dói, ainda dói. Mas a dor de hoje se converte na experiência de amanhã.


Dói, ainda doi. Mas no futuro o que existirá será um sorriso distante no Tempo.