sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Soneto do Que Nos Falta

Na verdade mesmo eu queria fazer um soneto
Bem simples assim, botar o branco no preto
E fazer de palavras bons ventos
Tirando daqui maus intentos

Mas como fazer um soneto
Se nesse mundo cinza, branco e preto
Sempre estamos atentos
Do aqui e agora somos detentos?

Falta-nos a fúria do mar
Falta-nos a paz da praia
Falta-nos encontrar a placidez do luar

Enche-nos a pressa
Enche-nos a informação
Enche-nos quase tudo, faltando apenas emoção

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Peças soltas de perguntas

A areia sob meus pés, o cheiro de sal, o céu azul, o barulho das ondas, o gosto de mar.
“Navegaremos os mares do sol”.

Essa paz, esse sonho de liberdade e calmaria. Que são eles?

Poderia haver paz se não houvesse guerra?
Poderia haver calmaria se não houvesse a pressa?
Poderia haver vida se não fosse a morte?
Poderia haver felicidade se não houvesse a tristeza?
Poderia haver riqueza se não fosse a pobreza?
Poderia haver a bondade se não fosse a maldade?
Poderia haver o nada?

Haveria sentido no sem sentido?

Haveria?
Há?

É.

sábado, 8 de outubro de 2011

Crônicas de Um Lugar Comum #10

Encerrando o primeiro ciclo de crônicas eu vos apresento uma heresia que, por si só, é contraditória. Obrigado aos que leram, parabéns aos que refletiram e felicidades aos que pensaram!
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Escrevia sobre o mundo.
Escrevia sobre tudo.
Escrevia sobre todos.
Menos sobre si próprio.

Escrevia sobre guerra.
Escrevia sobre paz.
Escrevia sobre ferida.
Menos sobre as suas.

Escrevia sobre festa.
Escrevia sobre tristeza.
Escrevia sobre faces.
Menos sobre seu perfil.

Escrevia sobre hipócritas
E sobre idealistas irreais
Escrevia sobre egoísmo
Sem nunca abandonar

Seus idealismos
Suas hipocrisias
Seus egoísmos

Sem nunca se abandonar.