segunda-feira, 29 de junho de 2009

Engano nosso...*

A gripe suína (ou gripe A) infecta cada dia mais e mais pessoas. Pelos jornais vemos os números alarmantes de novos casos, principalmente na região sul do país, dando a entender que lá é onde está concentrada a doença. Engano nosso.
Ontem, conversando com um primo meu que esteve recentemente em SP, descobri que o hospital Albert Einstein está transbordando de pessoas infectadas pela nova doença. Mas é estranho que isso não apareça no Jornal Nacional ou em qualquer outro programa do tipo, não?
Não.
Não há qualquer divulgação desse dado não por falta de informação, não pelo fato não ter importância, mas porque, símplesmente, não há interesse.
Não seria interessante provocar uma crise de pânico maior que a que está aí. Pra quê dizer para o brasil inteiro que na maior cidade do país temos um foco crítico da doença da década? Qual seria a utilidade econômica e social para isso?
Nenhuma.... Nenhuma.
Agora me respondam, por favor, de que adianta preservar e amar tanto o dinheiro? Será que os dólares serão capazes de sumir com o virus?
Ó santa bolsa de valores, faça a gripe suína sumir em nome do teu poder monetário divino, amém.
Dinheiro não cura doenças. Dinheiro não mata a fome.
Dinheiro não serve pra nada se não houver ninguem para usá-lo.



* Esse texto foi escrito cerca de três semanas atrás, por isso pode existir alguma incoerencia entre o dito aqui e o que a mídia expõe.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

[Poema] Na nublada tarde de uma segunda-feira fria


Não sei quem errou primeiro
Não creio que fui só eu
Não creio que foi só você
Eu sei que fomos nós

Não quero saber os motivos
Inveja, paixão, ciumes, sei lá
Eles já se perderam
E tentam nos afogar

Remorso e culpa
Fraqueza e doença
Loucura e morte
Não sei... não sei...

Não sei nem por que escrevo estes versos
Não sei nem se isso serve pra alguma coisa
Não sei mais de nada, sinceramente não sei
Não quero saber

sexta-feira, 5 de junho de 2009

[Conto] Na calmaria das águas

Um barco pesqueiro em meio a um nevoeiro em pleno alto mar.
Um tripulante tirando seu sustento das águas.
Redes ao mar, peixes aos montes.
O ar era úmido e quase se podia sentir sua textura.
O alerta fora bastante explícito, não pescar fora da área permitida, mas alguem precisava sustentar a família.
Talvez ele trouxesse seu filho mais velho no outro dia.
O tripulante olha pra cima e vê algo que pensa ser uma gaivota voando em direção ao barco.
Ignora-a.
Um agudo assobio enche seus ouvidos e a gaivota está maior.
Ele a observa com mil perguntas na cabeça.
Após alguns minutos retorna ao trabalho.
Após alguns segundos estava morto.
Horas depois acontecia a ocupação da Coréia do Norte.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Velha criança

As pessoas tendem cada vez mais a buscar subterfúgios para esconder suas vontades, anseios e desejos. Não há mais uma sinceridade nas relações, seja na amizade, namoro, ou no trabalho.
Por favor, pro seu próprio bem e pro bem da sociedade, sejam sinceros consigo mesmos e com o mundo.